Campo Grande (MS) – A população de Mato Grosso do Sul vai conhecer o teor do Plano de Recursos Hídricos da Região Hidrográfica do Paraguai (PRH Paraguai), documento que traça as diretrizes, normatiza e prevê ações visando a conservação da água superficial e subterrânea da vasta região compreendida como bacia do Rio Paraguai, que engloba metade do território de Mato Grosso do Sul e um terço do Estado de Mato Grosso. O Plano será lançado oficialmente nesta terça-feira (15), em Encontro de Divulgação no Auditório Shirley Palmeira do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), às 18h30, com entrada franca e sem necessidade de confirmação.
O PRH Paraguai é uma construção conjunta entre o Ministério do Meio Ambiente e os governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, por intermédio da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar e o Imasul. O estudo será apresentado pelo professor Marcio de Araújo Silva, especialista da ANA (Agência Nacional das Águas), Mestre em Ciências Ambientais e Florestais e Doutor em Biologia Animal. Na semana seguinte a mesma apresentação será feita em Cuiabá, para os mato-grossenses.
Antes, pela manhã, das 10h às 12h, o professor Marcio de Araújo Silva fará uma apresentação exclusiva para a imprensa, também no auditório do Imasul.
Histórico
O lançamento do PRH Paraguai marca o fechamento de um longo trabalho que envolveu levantamento de dados, consultas e diagnósticos; a análise de especialistas, tudo com transparência e participação da população. Foram realizadas Oficinas Regionais e Reuniões Públicas em Coxim, Bonito e Corumbá, em novembro do ano passado, para apresentação prévia do estudo e coleta de sugestões.
O estudo inicial para elaboração do Plano de Recursos Hídricos começou pela caracterização da Bacia do Rio Paraguai, na parte existente em território brasileiro. Abrange metade de Mato Grosso do Sul e o Sul de Mato Grosso, totalizando 362 mil quilômetros quadrados. O Rio Paraguai é o principal curso d’água, mas a região é rica em cursos d’água por abrigar a planície pantaneira.
Um resumo do estudo foi apresentado pela primeira vez durante a reunião do CERH/MS (Conselho Estadual de Recursos Hídricos de MS) realizada dia 13 de julho, no auditório do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). O estudo identifica os problemas já detectados, como desmatamento em pontos que provocam o assoreamento de rios, mas conclui que as águas estão em quantidade e qualidade adequadas, com problemas isolados.
O segundo passo foi levantar a disponibilidade e a demanda hídrica e elaborar o balanço do ponto de vista de qualidade e quantidade. A percepção foi que “o balanço hídrico integrado da RH-Paraguai se acha confortável, com saldo disponível tanto de águas superficiais quanto de águas subterrâneas em todos os cenários”. O estudo apontou, entretanto, pressões que os recursos naturais vêm sofrendo, tanto pelas cidades sem o tratamento adequado de esgoto quanto pelo setor agropecuário.