Imasul e PPBio Pantanal realizam 1º Workshop Estadual de Monitoramento Integrado da Biodiversidade
O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), em parceria com o PPBio Pantanal, realizou nesta sexta-feira (05), o 1º Workshop Estadual de Monitoramento Integrado da Biodiversidade, no auditório do Imasul, em Campo Grande.
O encontro reuniu instituições estaduais, federais, acadêmicas e representantes do setor privado com o propósito de construir uma agenda conjunta para o monitoramento da biodiversidade em Mato Grosso do Sul.
O objetivo central do workshop foi padronizar protocolos, integrar dados e fortalecer iniciativas já existentes, criando bases sólidas para ações coordenadas de conservação.
A abertura oficial ocorreu às 08h30, com a presença do diretor-presidente do Imasul, André Borges Barros de Araújo, e do coordenador do PPBio – UFMS, professor Fábio Roque. Ambos destacaram a importância estratégica do evento para o curto, médio e longo prazo, ressaltando a necessidade de uma governança integrada e colaborativa para aprimorar o monitoramento ambiental em Mato Grosso do Sul.
Diferentes instituições expuseram suas experiências e demandas em monitoramento ambiental, com foco na ampliação da cooperação interinstitucional.
O Serviço Florestal Brasileiro apresentou as ações do Inventário Florestal Nacional, seguido pela Diretoria Florestal do Imasul, que trouxe contribuições técnicas sobre iniciativas em andamento. As gerências de Licenciamento Ambiental, de Unidades de Conservação e de Recursos Pesqueiros e Fauna apresentaram seus desafios e perspectivas, enquanto o PPBio destacou suas frentes de pesquisa e potencial de integração com as instituições parceiras.
As explanações tiveram como propósito identificar lacunas, alinhar expectativas e propor fluxos conjuntos de trabalho para consolidar um sistema integrado de monitoramento da biodiversidade no Estado.
O diretor-presidente do Imasul, André Borges Barros de Araújo, destacou a relevância da iniciativa para a governança ambiental do Estado. “Estamos dando um passo importante na construção de uma estratégia unificada de monitoramento da biodiversidade. Quando reunimos instituições diversas em torno de objetivos comuns, ampliamos nossa capacidade de resposta, qualificamos as decisões e fortalecemos as políticas públicas ambientais de Mato Grosso do Sul”, afirmou.
A Diretora de Desenvolvimento do Imasul, Thais Caramori, enfatizou o papel estratégico do evento para organizar e qualificar o fluxo de informações ambientais no Estado. “A integração de dados é essencial para que possamos compreender melhor o comportamento da biodiversidade, subsidiar decisões e aprimorar os instrumentos de planejamento. Este workshop nos permite estruturar caminhos técnicos alinhados ao que Mato Grosso do Sul precisa para avançar em governança ambiental”, destacou.
A pesquisadora Liliana Piatti apresentou tecnologias emergentes aplicadas ao monitoramento da biodiversidade, como bioacústica, eDNA, câmeras automáticas, sensores remotos e ferramentas de inteligência artificial, reforçando como essas técnicas ampliam a precisão e a escala das análises ambientais.
A gestora do CRAS, Aline Duarte, destacou a importância de incluir a reabilitação de fauna como parte das estratégias estaduais de monitoramento. “O resgate, a recuperação e o retorno dos animais à natureza geram dados fundamentais sobre saúde populacional, impactos ambientais e pressão antrópica. Integrar essas informações ao sistema de monitoramento é fundamental para que possamos compreender melhor a dinâmica da fauna e direcionar ações de conservação”, afirmou.
O workshop contou com participação on-line de Keila Elizabeth Macfadem Juarez, representante do Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr), que abordou as possibilidades de integração dos dados estaduais às plataformas nacionais, promovendo maior interoperabilidade e acesso público às informações produzidas.
No período da tarde, teve início o espaço de apresentações rápidas, no qual instituições compartilharam, em dois minutos cada, experiências e iniciativas relacionadas ao monitoramento da biodiversidade.
Foram apresentados trabalhos sobre monitoramento em hidrelétricas, o Projeto Papagaio-verdadeiro e as ações do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS/Imasul). Também, foram apresentados os grupos de trabalho responsáveis por desenvolver propostas técnicas e por construir coletivamente o questionário que mapeará todas as iniciativas de monitoramento em andamento no Estado. Os grupos aprofundaram discussões e elaboraram encaminhamentos práticos para o fortalecimento do sistema estadual de monitoramento.
O workshop foi encerrado com a síntese das ideias produzidas pelos grupos e com espaço aberto para contribuições adicionais dos participantes. A etapa de síntese representou um momento de alinhamento coletivo, que servirá de base para as ações subsequentes de estruturação do monitoramento integrado da biodiversidade em Mato Grosso do Sul.