Concluída obra de drenagem e recomposição das nascentes do córrego Joaquim Português

Categoria: CONSERVAÇÃO, PARQUE DAS NAÇÕES INDÍGENAS | Publicado: quarta-feira, fevereiro 23, 2022 as 08:45 | Voltar

Campo Grande (MS) – Foi concluída após 12 meses uma das mais importantes obras de drenagem de Campo Grande em todos os tempos, do ponto de vista de seus efeitos para o meio ambiente. As intervenções executadas na região do Parque do Prosa e Parque dos Poderes visam acabar com a enorme erosão nas nascentes do córrego Joaquim Português e evitar o assoreamento do lago do Parque das Nações Indígenas. Essa erosão se desenvolve há décadas, porém teve agravamento após a intensificação do povoamento e urbanização das regiões vizinhas.

“Essa obra é extremamente importante para manutenção do Parque Estadual do Prosa, que é uma unidade de conservação ambiental integral do Estado; também para manutenção da biodiversidade e proteção das nascentes, lembrando que é esse o objetivo do Parque. Com essa obra cumprimos esse dever”, disse o diretor presidente do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), André Borges. Os recursos aplicados na obra, R$ 4,84 milhões, foram oriundos do orçamento do Imasul.

Escada para dissipação de energia reduz velocidade das águas antes de chegar ao leito do córrego. Crédito: Ascom/Semagro

Números

O conjunto de obras e todo o cenário alusivo têm números grandiosos. A começar pela erosão que se formou após décadas no local: 140 metros de comprimento, 40 metros de largura e em algumas partes até 6 metros de profundidade. Toda a terra e sedimentos que existiam ali foram carreados pela enxurrada e acabaram se acumulando no lago principal do Parque das Nações Indígenas.

Em 2020, o governo do Estado executou serviços de desassoreamento do lago, em convênio com a administração municipal de Campo Grande, aplicando recursos de R$ 1,5 milhão para retirar aproximadamente 150 mil metros cúbicos de sedimentos, que mobilizou duas máquinas retroescavadeiras e 10 caminhões e demandou sete meses de trabalho.

Entretanto, sem solucionar o problema da erosão nas nascentes do Joaquim Português, era questão de tempo para o lago voltar a ficar assoreado. Dessa forma, o governo do Estado, através da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) abriu licitação para executar os serviços, que foram iniciados em janeiro de 2021.

Lagoa de contenção com capacidade para comportar 36 milhões de litros de água da chuva. Edemir Rodrigues - Subcom/MS

As obras

As obras contratadas compreenderam a construção de uma bacia de contenção em uma área de 12,9 mil metros quadrados, acima da Avenida do Poeta, com capacidade para comportar 36 milhões de litros de água. Além disso foram implantados 184 metros de tubos com 1,2 metros de diâmetro nas laterais da Avenida do Poeta e outros 730 metros de tubos com diâmetro variado na região, para direcionar a água pluvial à bacia de contenção.

Outros 65 metros de tubos com 1,4 metro de diâmetro atravessam a Avenida do Poeta, ligando a lagoa de contenção à canalização subterrânea implantada no fundo da vala formada pela erosão. Essa canalização se estende por 120 metros com tubos de 1,2 metro de diâmetro, em desnível leve, para impedir a velocidade da água, explica o engenheiro da Agesul responsável por fiscalizar a execução da obra, Rafael Monteiro Mendonça.

Aterramento da erosão consumiu 20 mil metros cúbicos de terra que resultou da escavação da bacia de contenção Crédito: Ascom/Semagro

Fim da erosão

Antes da água chegar ao leito do córrego, ainda passa por uma escada de dissipação de energia com 20 metros de extensão. Tudo para evitar que novo processo erosivo se forme devido à força da enxurrada.

Finalizadas as obras de drenagem, teve início o trabalho para aterrar a erosão e devolver a área novamente nivelada do Parque, o que demandou o transporte de 20 mil metros cúbicos de terra – material que havia sido removido para construir a lagoa de contenção. Agora, a enorme clareira aberta na mata exuberante do Parque do Prosa será lentamente encoberta, na medida em que se desenvolvam as mais de mil mudas de espécies do Cerrado que foram plantadas ali.

“Essa obra conclui um conjunto de intervenções que o governo tem feito, desde 2015, em todo complexo do Parque das Nações Indígenas, Parque do Prosa e Parque dos Poderes, com o objetivo de proteger essas unidades das consequências do desenvolvimento urbano ocorrido no entorno. Mostra como a ação planejada, eficiente e bem executada é capaz de reverter processos de degradação e contribuir para a conservação do meio ambiente”, apontou o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck.

Foto da Capa: Edemir Rodrigues, Subcom/MS

 

Publicado por: João Prestes

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