Cuidados com a fauna aquática sul-mato-grossense visa a harmonia entre a natureza e o homem

Categoria: NOSSO TRABALHO | Publicado: sábado, setembro 5, 2020 as 09:01 | Voltar

Campo Grande (MS) - Com uma fauna aquática ampla e diversa que merece atenção, os biólogos de Mato Grosso do Sul, Heriberto Gimênes Junior e Fânia Lopes de Ramires Campos, usam o próprio trabalho para combater a extinção de algumas espécies e de garantir a reprodução de outras nos rios da região. Priorizar a biodiversidade é um dos principais objetivos das ações desenvolvidas.

A servidora da Unidade de Recursos Pesqueiros, Fânia Lopes, cresceu admirando a natureza. Ela entrou na profissão com uma meta bem definida, trabalhar na Secretaria de Meio Ambiente, e desde então contribui com as finalidades da pasta. Atualmente, a coordenadora gerencia a pesca no Estado, que segue um cronograma para conciliar a diversidade ambiental e a produção econômica.

“O período de piracema deve ser respeitado por todos, desde moradores ribeirinhos e populações tradicionais até usuários em geral, pois é o principal período onde os peixes realizam a reprodução (especialmente os peixes reofílicos, aqueles que migram para desovar), momento onde as espécies se perpetuam. Se todos respeitarem e usarem os recursos conscientemente, teremos mais disponibilidade deles, no futuro”, explica a bióloga, mencionando o calendário de defeso da Piracema que vai de 05 de novembro a 28 de fevereiro, anualmente, em Mato Grosso do Sul.

Outra forma de acompanhar a vida aquática é executada na região da Bacia do Alto do Rio Paraguai. Duas espécies, o Ancistrus Formoso e o Loricaria Coximensis, correm o risco de serem extintas por conta do exercício de uma agricultura incorreta. O coordenador do Laboratório de Ictiologia do Imasul, Heriberto Gimênes, junto de sua equipe, desenvolve nessa localidade a avaliação dos peixes.

“O trabalho contempla toda a região sul-mato-grossense da Bacia do Alto do Rio Paraguai, que abrange as cidades de Porto Murtinho, Corumbá, Coxim, Aquidauana e Miranda, além do pantanal de Rio Negro. Nosso projeto é pioneiro no estudo de peixes da maior planície alagada do mundo, conseguimos reproduzir até em cativeiros. Existem também pesquisas acerca do bem-estar animal e da nutrição”, relata o servidor.

E continua, “um dos principais projetos é a atualização do inventário das espécies da mesma região. Atualmente, já foram mais de 45 expedições em todo o Pantanal, onde levantamos dados sobre comportamento e reprodução de espécie por espécie. Depois disso, essas informações vão ser consolidadas e publicadas através de um guia no final do ano”. O servidor aborda que o final do processo resulta num documento instrutivo necessário (guia).

Mas a vida e a reprodução desses animais não são somente de responsabilidade destes biólogos. Moradores ribeirinhos, populações tradicionais e usuários em geral, devem ter consciência de quais atitudes tomar quando realizam a pesca para consumo e/ou comercialização, e lazer. Neste sentido, a cota e a autorização ambiental são indicações essenciais para o controle da prática, que deve ser feita legalmente, definida pelo Dec. 15.116/2020 alterado pelo Decreto nº 15.375, de 28 de fevereiro de 2020.

“A cota é uma forma de regulamentar igualmente os recursos entre todos os usuários, definida por legislação e todos devem respeitar essa medida de gestão, inclusive, os tamanhos definidos para a pesca. Cada um precisa ser consciente de seu papel com os recursos disponíveis”, orienta Fânia Lopes.

Já a autorização ambiental leva em consideração que a pesca é fonte de alimentação, emprego, renda, turismo e lazer; além de ser de responsabilidade do Poder Público garantir o uso sustentável dos recursos pesqueiros, gerando benefícios econômicos provenientes dela, em harmonia com a preservação e a conservação do meio ambiente.

Segundo a servidora, “para extrair um recurso natural, é preciso sempre ter esse documento, no caso da pesca: Autorização Ambiental para Pesca Amadora e/ou Desportiva, que está disponível na internet no Portal: www.pescamadora.imasul.ms.gov.br  o próprio usuário acessa, faz um cadastro e emite um boleto p/ pagamento, de acordo com o período em que irá pescar, após o pagamento, em pouco tempo, volta ao site e já imprime a Autorização”.

Além de possuir em boa parte do seu território o Pantanal, Mato Grosso do Sul é banhado pelos rios Paraguai (a oeste) e Paraná (a leste), e por seus afluentes. Outros cursos de água também estão presentes no interior do Estado e contribuem para o desenvolvimento da fauna e da vida humana nestes espaços. Para Heriberto, investir em pesquisa é impedir que o ciclo natural não seja interrompido!

Com informações da SAD - Portal do Servidor

Publicado por: Andréa Carvalho Macieira

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