Campo Grande (MS) – A Semagro (Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) vai ministrar curso de capacitação para proprietários rurais estabelecidos na sub-bacia do Alto Taquari, ensinando técnicas para recuperar áreas degradadas com objetivo de conter os processos erosivos que afetam o rio. Essa é a segunda Meta do Projeto “Capacitação para o Desenvolvimento Sustentável na Bacia Hidrográfica do Rio Taquari”, desenvolvido pelo governo do Estado em parceria com o Ministério do Meio Ambiente.
A primeira Meta consiste na articulação, mobilização e produção de material para capacitação comunitária. Os moradores da região serão informados das ações a serem desenvolvidas e também sobre práticas e propostas de recuperação e conservação ambiental. Para tanto serão produzidas cartilhas, revistas e veiculadas informações via rádio, além de visitas comunitárias.
A segunda Meta, portanto, vai envolver diretamente a comunidade nas ações de recuperação das áreas degradadas. Serão realizados sete cursos nos municípios de Alcinópolis, Camapuã, Coxim, Figueirão, Pedro Gomes, São Gabriel do Oeste e Rio Verde de Mato Grosso. O público-alvo são proprietários de terras lindeiras ao rio Taquari, num total de 120. Os cursos terão carga horária de oito horas-aula, sendo quatro teóricas e quatro práticas, e serão ministrados por técnicos da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural).
Cooperação
Um Termo de Cooperação Técnica foi firmado nesta semana entre o Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e a Agraer para
cedência dos técnicos que ministrarão os cursos, com as assinaturas do governador Reinaldo Azambuja, do secretário da Semagro Jaime Verruck e do diretor presidente da Agraer, Enelvo Felini.
O instrutor responsável pelo curso será o engenheiro agrônomo Oscar Serrou Camy Junior, da Agraer, com apoio de outros dois técnicos. Um servidor do Imasul também participará das aulas teóricas com palestra sobre o CAR (Cadastro Ambiental Rural). O CAR é um registro eletrônico obrigatório para todos os imóveis rurais e tem por finalidade integrar as informações ambientais relativas às áreas de preservação permanente, reserva legal, entre outras.
Mudar comportamentos
Na visão do secretário Jaime Verruck, essa Meta do projeto é extremamente relevante para se atingir o objetivo de conter as erosões e recuperar o rio Taquari. “Consideramos essa segunda fase extremamente relevante porque trata da mudança de comportamento dos produtores rurais. É um processo de capacitação de recuperação de área. Acreditamos que a educação ambiental tenha um papel relevante, pois passa por técnicas agrícolas adequadas para que não ocorra o assoreamento, com métodos de retenção, curva de nível”, disse.
O secretário lembrou que em outubro do ano passado, o governador Reinaldo Azambuja apresentou o projeto ao ministro do Meio Ambiente Sarney Filho, durante reunião no Refúgio Caiman, em Miranda. “Estamos esperando a análise do projeto por parte do Ministério e a identificação de recursos para começar algumas ações no Taquari”, completou. No geral o projeto compreende outras duas Metas: 03 – Capacitação para Implantação da rede de viveiros na Sub-bacia do Rio Taquari e 04 – Seminário final do Projeto.
O rio Taquari, com 801 quilômetros de extensão (nasce no município de Alto Taquari, no Mato Grosso, corta toda região Norte de Mato Grosso do Sul até desaguar no rio Paraguai), tem sido fortemente castigado pelos processos erosivos ocorridos nas regiões altas, exatamente onde estão as propriedades alvos do projeto em questão.
Os sedimentos arenosos que se desprendem dessa região são arrastados pelas águas do Taquari até a planície pantaneira, onde se acumulam, destruindo o leito natural do rio e promovendo o alagamento de extensas áreas.