Definição de Comitê é decisivo para Pantanal manter título de Reserva da Biosfera

Categoria: MEIO AMBIENTE | Publicado: quarta-feira, março 29, 2017 as 15:04 | Voltar

Campo Grande (MS) - Com a definição dos membros do Comitê Estadual, o governo do Estado dá o passo definitivo para que o Pantanal mantenha o título de Reserva da Biosfera. Havia o risco de o status ser retirado pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) devido à inatividade do comitê anterior.
Em reunião realizada na manhã desta quinta-feira (29), no Auditório Shirley Palmeira do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), e coordenada pela responsável de Unidade de Gestão e Implantação de Áreas Protegidas, Flávia Neri de Moura, foram escolhidos os nove representantes da sociedade civil no Comitê. Eles se somam aos oito representantes do governo e aos oito do setor econômico, constituindo o coletivo que vai coordenar, aprovar as diretrizes e normas, enfim, gerir com base nos marcos regulatórios vigentes a Reserva da Biosfera Pantanal.

A composição da sociedade civil no Comitê é a seguinte: três representantes de instituições de ensino e pesquisa (Embrapa, UFMS e UEMS); três representantes titulares e três suplentes das organizações não-governamentais com atuação socioambiental (Fundação Neotrópica do Brasil, Instituto SOS Pantanal, WWF Brasil, WCS Brasil, Sodepan e Mupan); dois representantes de comunidades tradicionais, sendo preferencialmente de associação de moradores ou colônia de pescadores (Colônia de Pesdadores Z18 de Anastácio e União de Pantaneiros da Nhecolândia); e um representante de povos indígenas (Associação das Comunidades Indígenas da Reserva Kadiwéu).

Posse

O comitê foi instituído oficialmente pelo governo do Estado no dia 9 de março de 2017. Cumprida essa etapa de indicação dos integrantes, a posse deve acontecer dia 18 de abril e a partir daí o colegiado já começa a trabalhar para definir seu marco legal, objetivos, e tirar uma agenda de ações concretas.

O reconhecimento do bioma pantaneiro como Reserva da Biosfera abre possibilidades de desenvolver ações para melhorar a qualidade de vida da população local e implementar atividades sustentáveis. “Não muda nada do ponto de vista das restrições que já existem, por se tratar de uma área de proteção com um frágil equilíbrio ecológico. O título reconhece a importância do bioma e atesta a eficácia das ações de preservação e reconhece que as atividades econômicas presentes são ambientalmente sustentáveis”, explica o diretor executivo do Instituto SOS Pantanal, Felipe Augusto Dias.

Outros biomas nacionais, como Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, já foram reconhecidos pela Unesco como Reservas da Biosfera, constituindo-se modelos adotados internacionalmente de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais existentes.

A Reserva da Biosfera Pantanal estende-se por uma área de 251.569 quilômetros quadrados, sendo 95% de propriedades privadas (sobretudo fazendas de pecuária extensiva). Abriga ainda terras aldeias indígenas com área de 600 mil hectares e uma riquíssima biodiversidade: 3.500 espécies de plantas, 124 espécies de mamíferos, quase 200 espécies de répteis, 464 de aves, 325 de peixes e 1.132 de borboletas.

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