Campo Grande (MS) – Estudo encomendado pela ANA (Agência Nacional das Águas) traça um diagnóstico pormenorizado dos recursos hídricos existentes na Bacia do Rio Paraguai. O PRH Paraguai (Plano de Recursos Hídricos da Região Hidrográfica do Rio Paraguai) identifica problemas já detectados, como desmatamento em pontos que provocam o assoreamento de rios, mas conclui que as águas estão em quantidade e qualidade adequadas, com problemas isolados.
Um resumo do estudo foi apresentado pela primeira vez durante a reunião do CERH/MS (Conselho Estadual de Recursos Hídricos de MS) realizada na quinta-feira (13), no auditório do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, destaca a relevância do estudo para orientar as políticas públicas no setor.
“Este estudo traz elementos importantes para subsidiar ações no âmbito do Rio Taquari, por exemplo. Será possível enxergar com clareza onde e como é preciso agir. Traz um nível de detalhamento excelente”, elogiou o secretário, que presidiu a reunião do Conselho.
O Plano
O Plano foi apresentado pelo coordenador do GAP (Grupo de Acompanhamento (GAP) da Elaboração do Plano de Recursos Hídricos da Região Hidrográfica do Paraguai), Luiz Henrique Magalhães Noquelli. A decisão de elaborar o estudo foi tomada em 2013, quando também foi criado o GAP, e agora chega a sua fase final que é a apresentação ao público e coleta de subsídios.
O estudo começou pela caracterização da Bacia do Rio Paraguai, na parte existente em território brasileiro. Abrange metade de Mato Grosso do Sul e o Sul de Mato Grosso, totalizando 362 mil quilômetros quadrados. O Rio Paraguai é o principal curso d’água, mas a região é rica em recursos hídricos por abrigar a planície pantaneira.
O segundo passo foi levantar a disponibilidade e a demanda hídrica e elaborar o balanço do ponto de vista de qualidade e quantidade. “O balanço hídrico integrado da RH-Pantanal se acha confortável, com saldo disponível tanto de águas superficiais quanto de águas subterrâneas em todos os cenários”. O estudo aponta, entretanto, pressões que os recursos naturais vêm sofrendo, tanto pelas cidades sem o tratamento adequado de esgoto quanto pelo setor agropecuário.
Com base no diagnóstico feito foram apresentados três possíveis cenários para a Bacia do Rio Paraguai. No primeiro cenário a situação se mantém como está. “No Cenário Tendencial o futuro espelha o passado, no ritmo das tendências já observadas que serão, então, continuadas”. No Cenário Acelerado, as tendências são rompidas por forte desenvolvimento socioeconômicos com novos arranjos produtivos locais, com ênfase na retomada do mercado interno. E no Cenário Moderado as tendências atuais também são rompidas, pela continuidade de um crescimento socioeconômico moderado voltado ao mercado externo.
Após essa apresentação ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos estão programadas mais três reuniões em Mato Grosso do Sul (Corumbá, Bonito e Coxim), no fim de julho e início de agosto. No dia 10 de agosto o Plano será apresentado em reunião do Conselho Estadual de Recursos Hídricos de Mato Grosso e no fim do mês e início de setembro acontecem mais três reuniões públicas em cidades daquele Estado: Cáceres, Rondonópolis e Cuiabá.