Campo Grande (MS) – O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) assumiu nesta terça-feira (30), a manutenção dos exemplares de peixes que estão em quarentena à espera da conclusão do Cepric (Centro de Estudos e Pesquisas da Ictiofauna Pantaneira), popularmente conhecido como Aquário do Pantanal.
“É uma readequação do projeto como um todo, que foi concebido para parte dele ser feito na quarentena e outra parte no Aquário. Como nós não conseguiríamos (seguir) cronograma em novembro deste ano fica prejudicado o trabalho cientifico. A partir de agora vamos fazer uma readequação para que tenhamos um novo projeto de pesquisa e depois então destinar esses peixes ao Aquário”, explicou o diretor de licenciamento ambiental do Imasul, Ricardo Eboli.
Acompanhado de técnicos do governo estadual, Eboli recebeu na tarde de terça-feira os deputados estaduais que compõem a comissão de acompanhamento das obras do Aquário do Pantanal e profissionais da imprensa para uma visita ao local no qual os peixes estão sendo mantidos em quarentena.
“O Governo do Estado manterá esses peixes pelo período que for necessário, porque haveria um prejuízo maior se devolvêssemos ao rio e iniciássemos todo um novo processo de captura e quarentena. A postura do governo é de respeito à população e ao recurso público”, disse Ricardo durante a visita.
Responsabilidade da Quarentena
A partir de 30 de junho de 2015, o Imasul assume a manutenção dos peixes da quarentena até que a obra do Aquário do Pantanal seja concluída, decisão tomada para a contenção dos gastos públicos e também por recomendação dos consultores do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais (Cepta) e da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp). Todo o trabalho de manutenção e manejo dos peixes na quarentena será feito tendo como base nas orientações constantes na avaliação técnico-científica realizada pelos especialistas dessas duas instituições.
Para garantir a sobrevivência e bem estar dos espécimes em quarentena, o Imasul vai realizar as melhorias necessárias na estrutura atual, suprindo deficiências técnicas que venham a ser detectadas. Técnicos do Instituto e de outros órgãos do governo vão realizar um inventário da quantidade de peixes coletados, mantidos e que, por ventura, não tenham resistido, bem como dos equipamentos existentes e de eventuais adequações que precisem ser feitas nas instalações.
Aos deputados e à imprensa que visitaram o local no qual os peixes estão sendo mantidos em quarentena, o diretor de licenciamento do Imasul revelou que, ainda no mês de julho, relatórios oficiais a serem entregues vão apresentar um diagnóstico conclusivo sobre a situação dos espécimes.
Encerramento do projeto
Na edição do Diário Oficial de 30 de junho de 2015 foi publicado o encerramento do projeto de pesquisa ‘Biodiversidade para todos: da água à popularização da ciência e proteção da vida por meio do Aquário do Pantanal’ – coordenado por Thiago Farias Duarte, tendo como interveniente a empresa Anambi Análise Ambiental – e que mantinha o local de quarentena dos peixes.
De acordo com a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado (Fundect), a medida ocorreu em virtude do não cumprimento de recomendações técnicas, tais como, o correto armazenamento da ração e oferta de alimentação adequada aos animais, rígido controle das condições da água e da temperatura, manuseio no local de quarentena, o que, entre outros aspectos, interferiu no adequado manejo para preservação do bem estar dos animais e produção de conhecimento científico, que é a finalidade do projeto. Além disso, foram detectadas inadequações na prestação de contas apresentada pela empresa interveniente do projeto de pesquisa, situação que acabou provocando o provocou o bloqueio na utilização dos recursos aprovados.
Durante agenda pública na manhã de terça-feira, o governador Reinaldo Azambuja garantiu que a administração estadual, em parceira com os órgãos de controle externo, como TCE (Tribunal de Contas do Estado) e MPE (Ministério Público Estadual), acompanha com rigor a destinação de recursos públicos para a obra do Aquário.
“Não queremos fazer pré-julgamento de ninguém, se teve algo errado alguém tem que pagar porque aquilo ali é dinheiro público que foi investido”, finalizou o chefe do Poder Executivo Estadual.
Com informações de Laudiney Moura e da assessoria de comunicação da Fundect
Foto: Chico Ribeiro