Governo intensifica ‘Programa Estrada Viva’ para reduzir atropelamentos de animais

Categoria: CONSERVAÇÃO, EDUCAÇÃO AMBIENTAL, FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL | Publicado: terça-feira, setembro 24, 2019 as 08:53 | Voltar

Campo Grande (MS) – O governo do Estado tem uma força-tarefa envolvendo diversos órgãos públicos visando reduzir o número de atropelamentos de animais nas rodovias.  O programa “Estrada Viva” é desenvolvido desde 2016 em parceria com a UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), Agesul (Agência Estadual de Empreendimentos), vinculada à Secretaria de Estado de Infraestrutura; e Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar.

O programa consiste no monitoramento permanente e ações para redução de atropelamento de animais silvestres nas rodovias MS 040, MS 178, MS 382 e BR 359. Técnicos catalogam as espécies atropeladas e identificam os principais pontos de passagem dos animais para propor medidas preventivas e de mitigação dos incidentes.

“Após três anos de monitoramento adquirimos conhecimento para propor ações concretas e diretrizes para mitigar os atropelamentos, com previsão de implantação em 2020. O resultado deste estudo científico será apresentado até o fim deste ano”, explicou diretor de Meio Ambiente e Trabalho da Agesul, Pedro Celso de Oliveira Fernandes.

“As medidas mitigadoras vão desde redutores de velocidade, placas de orientação até a construção de passagens de fauna, que podem ser subterrâneas ou aéreas (no caso para macacos)”, explica a coordenadora da Gerência de Recursos Pesqueiros e Fauna do Imasul, Ana Paula Felício.

Os monitoramentos são realizados quinzenalmente na BR 359, que interliga Coxim (MS) à Mineiros (GO); na MS 382, entre Bonito e Fazenda Baía das Garças; e na MS 178, entre Bonito e Bodoquena. Na MS 040, que interliga Campo Grande a Santa Rita do Pardo, o monitoramento é semanal.

As espécies atropeladas são identificadas e os dados lançados em um mapa para identificação dos principais pontos de passagens (hotspots). Este controle servirá para a proposição de medidas que variam desde a implantação de dispositivos de redução de velocidade nas vias, sinalização, sonorizadores e programas de educação ambiental até intervenções físicas.

A análise dos hábitos dos animais e identificação dos principais pontos de passagem fazem parte do estudo de medidas para redução dos atropelamentos. “A instalação de cercas ajuda muito, mas é apenas parte de uma solução que tem que ser sistêmica, tem que ser um conjunto de ações e estratégias calcadas na educação do usuário, do entendimento da biologia dos animais mais vulneráveis, no manejo das áreas lindeiras (florestadas ou não) e nos mecanismos de redução de velocidade”, explica o professor  Afrânio José Soriano, responsável pelo Grupo de Estudos em Manejo de Áreas Protegidas (GEMAP) da UEMS.

O cuidado e constância da análise desses dados é fundamental para a efetividade do projeto: “Sem o monitoramento dos ecossistemas lindeiros e dos hábitos dos animais (dinâmica populacional) não é possível propor medidas efetivas. Temos casos em outros estados em que foram criadas passagens alternativas para os animais, porém eles não as utilizam. Conhecer, monitorar permanentemente e propor alterações são cuidados essenciais”, ressalta o professor Afrânio.

O objetivo do projeto é oferecer mais segurança aos motoristas aliada à preservação ambiental, uma vez que o ecoturismo é um dos principais atrativos do Estado. O resultado da pesquisa e monitoramento serão apresentados no fim do ano com previsão de adoção de medidas a partir do ano que vem.

Com informações da Assessoria de Comunicação da Agesul
Fotos: Assessoria de Comunicação da UEMS

 

Publicado por: João Prestes

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