Hospital do CRAS já nasce como maior e mais moderno da América e referência em Medicina Veterinária Silvestre

Categoria: CRAS | Publicado: quinta-feira, setembro 14, 2023 as 16:53 | Voltar

Mato Grosso do Sul ganha nessa quinta-feira (14) uma obra emblemática: o Hospital Veterinário para Animais Silvestres do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), órgão vinculado ao Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul. O Hospital foi batizado de Ayty (pronuncia-se aitã), nome oriundo da língua Tupi-Guarani que significa cuidado, acolhimento, e já nasce como o maior e mais moderno das Américas, com o compromisso de se tornar referência em pesquisa sobre Medicina Veterinária Silvestre.

O diretor-presidente do Imasul, André Borges, anunciou que será firmado um convênio com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul para que o hospital receba médicos veterinários residentes e pesquisadores. “É a concretização de um sonho para todos que atuam na conservação da biodiversidade. O CRAS vem atendendo, em média, 2,5 mil animais silvestres por ano, e 70% são reabilitados e devolvidos à natureza. Com o hospital vamos poder elevar esse índice”, afirmou.

O governador Eduardo Riedel participou da inauguração, ao lado do ex-governador Reinaldo Azambuja, em cuja gestão a obra foi iniciada. “É uma alegria entregar à sociedade melhorias como essa. Mais do que um hospital, essa obra é um símbolo forte de que levamos a sério a questão ambiental, sem nenhum tipo de retórica”, disse o governador.

O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, também demonstrou sua satisfação pela conclusão da obra que ajudou a idealizar ainda em 2015, quando era diretor-presidente do Imasul, conforme relatou. “Obviamente agora a régua aumenta, mas tenho plena certeza que a equipe do CRAS está capacitada e tem qualidade excelente para atender a demanda que vai surgir e dar bom proveito à estrutura que está recebendo hoje”, completou.

Também estavam presentes o vice-governador Barbosinha, os secretários Eduardo Rocha (Casa Civil), Pedro Caravina (Governo), Marcelo Miranda (Esporte, Cultura e Cidadania), o secretário adjunto da Semadesc, Walter Carneiro Junior; os deputados estaduais Marcio Fernandes e João Cesar Mato Grosso e o deputado federal Rodolfo Nogueira.

A obra

Com 1.153,33 metros quadrados de área construída, o hospital conta com: recepção, secretaria, lavabo, sala de biólogos, sala administrativa, sala de veterinários, sala de ultrassom, ambulatório/clínica, dois laboratórios de patologia clínica, lavabos PNE feminino e masculino,  vestiários feminino e masculino, despensa, copa, sala de preparação de alimentos de quarentena, quarto de repouso do profissional plantonista, farmácia, almoxarifado, sala de controle, sala de raio-x, sala de esterilização, sala de equipamentos esterilizados, sala de antissepsia, sala de preparação de pacientes, sala de cirurgia, setor de pós-operatório, clínica,  pátio interno, cinco salas de triagem, três salas de quarentena de aves, solário de aves, sala de quarentena de répteis, solário de répteis, sala de quarentena de mamíferos, solário de mamíferos, isolamento, sala de armazenamento de amostras, lavanderia, sala de necropsia e  câmara fria.

“Até então o CRAS fazia o atendimento ambulatorial. Casos mais graves que necessitassem de exames de imagem, por exemplo, era preciso levar o animal até clínicas parceiras, que nos ajudam muito. Mas para transportar o animal era preciso sedar, fazer a remoção, processo muito estressante, lembrando que o animal já estava ferido. Com a inauguração do Hospital a gente melhora esse atendimento porque será feito tudo no mesmo local. É um fortalecimento da política pública de conservação da natureza, mais conforto para o animal e a garantia de seu pronto restabelecimento para retornar saudável à natureza”, disse André Borges.

Só na obra o Governo do Estado investiu R$ 5.165.710,55. Para mobiliar e equipar o hospital foram investidos mais de R$ 1 milhão. A lista inclui mesa para anestesia, máquina de tosa para tricotomia, laringoscópio em led, monitor multiparamêtrico com capnografia, bombas de infusão para equipo e seringa, aspirador cirúrgico com pedal e ponteira, incubadora, calha cirúrgica em três tamanhos, mesa cirúrgica de inox com dois motores, maca com carrinho em inox, mesa para instrumental cirúrgico, aquecedor elétrico a óleo para filhotes, mesa buck para raio-x, aparelho de ultrassom, autoclave 21 litros horizontal digital, sistemas de radiografia veterinária completos, ambu, traqueia, mobiliário completo para dependências administrativas e demais componentes.

O CRAS

O Centro de Reabilitação de Animais Silvestres foi idealizado em 1987 e sua criação se concretizou no ano seguinte, lembra o biólogo Roberto Ricardo Machado Gonçalves, analista ambiental do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis). Na época ele era servidor estadual lotado na Secretaria de Meio Ambiente e foi incumbido de conduzir os estudos para criação de um ambiente de acolhimento aos animais vítimas de acidentes ou do tráfico.

“Seria uma estrutura, inicialmente enxuta, basicamente constituída por escritório para recepção, enfermaria e meia dúzia de recintos para os animais silvestres, o que foi viabilizado. Com o tempo, a necessidade de ampliação da estrutura de trabalho foi sendo melhor compreendida pelos governos subsequentes e passou a ser atendida com mais investimentos”, relata.

Conforme a coordenadora do CRAS, Aline Duarte, o Centro recebe anualmente, em média, 2,5 mil animais, sendo na sua maioria aves, seguido de mamíferos e alguns répteis. “Seguindo um protocolo de atendimento, os animais que chegam são cadastrados no sistema e recebem um número de registro, passam por uma triagem e são encaminhados aos atendimentos veterinários. É feito o processo de quarentena e depois seguem para reabilitação.”

Para cumprir esse protocolo, O CRAS vinha atendendo em prédios separados. O registro e a triagem eram feitos em um ambiente, o atendimento veterinário e quarentena em outro. Caso o animal necessitasse fazer exames de imagem, precisava ser encaminhado a clínicas parceiras de universidades e outras instituições.

“Com o novo hospital conseguimos concentrar todo o atendimento em um só lugar. Contamos com uma estrutura que acomoda tanto os atendimentos veterinários como também a equipe administrativa e técnica”, disse Aline.

Fotos: Mairinco de Pauda

Publicado por: João Prestes

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