Imasul alerta sobre riscos de áreas degradadas durante curso de coleta de sementes

Categoria: AÇÃO ESTRATÉGICA | Publicado: quarta-feira, novembro 28, 2018 as 16:52 | Voltar

Campo Grande (MS) – “Cerca de 60% das terras brasileiras passam por algum processo de degradação. Nossos solos, ao longo do tempo, têm mudado de lugar e ido para lugares não tão adequado que são nossos córregos e rios. O CAR (Cadastro Ambiental Rural) veio como um importante instrumento de Raio X dos imóveis rurais sobretudo no que diz respeito aos aspectos de conservação do solo e áreas de APP (Área de Preservação Permanente)”, observou o diretor do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Ricardo Éboli, em seu discurso de abertura, nesta quarta-feira (28), do curso sobre coleta de sementes e produção de mudas de espécies do Cerrado e do Pantanal.

Realizado no auditório Shirley Palmeira, na sede do Imasul, o curso está sendo executado, hoje (28) e amanhã (29), em dois módulos, e traz como tema principal “Coleta, Conservação de Sementes, Produção de Mudas e Estratégias de Restauração Ecológica nos Biomas Pantanal e Cerrado.

“Este  evento, e muitos outros que nós faremos, no decorrer do ano que vem, é justamente para passar técnicas de restauração, de coleta de sementes, técnicas dessa revegetação, dessas áreas que têm um interesse ambiental que seriam as áreas de APP e áreas de Reserva Legal”, afirmou Éboli que avalia a questão da restauração ambiental não só como um aspecto de resgate das riquezas naturais como da própria economia que depende desse equilíbrio entre meio ambiente e produção.

O dirigente do Imasul aproveitou a oportunidade para fazer um pedido aos participantes, “Acreditem nesse núcleo de mercado futuro, digo isso a vocês, consultores. Isso será o futuro: a restauração dessas áreas de APP  e Reserva Legal, será o futuro, aqui, no Estado. O agronegócio vai apertar cada vez mais a responsabilidade dos produtores que não se moveram, ainda, nessa restauração e com o CAR, e as imagens satélites, nós vamos trabalhar em cima disso tudo nos próximos anos”.

Dentro desse viés de consciência ambiental no setor produtivo, o diretor-presidente da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), André Nogueira, destacou a possibilidade da criação de um viveiro de mudas dentro do centro de pesquisa da instituição. “Colocamos à disposição o nosso Cepaer [Centro de Capacitação e Pesquisa da Agraer], em Campo Grande, em que a gente possa desenvolver um viveiro de mudas e atender os agricultores familiares. Assim os nossos técnicos podem ir a campo e incentivar a recuperação de áreas degradadas, sem a necessidade de a gente ir com a punição. Não é a multa que vai resolver o problema, talvez, ela piore o problema”. Para o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia e Negócios da Embrapa Pantanal, o curso pode abrir porteiras quanto a sustentabilidade no campo, Thiago Coppola.

“Esta atividade é fundamental. Você pegar a pesquisa, transformar em conhecimento através das palestras e, posteriormente, o técnico reverter tudo isso em ativos tecnológicos, boas práticas, para dentro das propriedades rurais. É o momento em que a Inovação acontece, ou seja, o conhecimento não fica fechado para o meio cientifico, ele é compartilhado para quem vive do cultivo que é o produtor”, ressaltou.

Programação – No primeiro módulo do curso tem como foco “O componente florestal no setor rural e estratégias de restauração ecológica. Já a segunda etapa é voltada propriamente para a coleta, manejo de sementes e produção de mudas de espécies nativas.

Os assuntos são  ministrados por três autoridades peritas no assunto de conservação ambiental: o doutor em Biologia Vegetal José Felipe Ribeiro (Embrapa Cerrados), o professor doutor em Agronomia Norton Hayd Rego, da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul); e a professora doutora em Biologia Vegetal Letícia Couto Garcia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

O Módulo 1 compreende cinco temas: Características ecológicas do bioma, estratégias de reprodução das plantas, impactos antrópicos e suas implicações para a restauração; Legislação Ambiental Federal: Lei 12.651/2012, CAR, PRA e PRADA; Estratégias de restauração ecológica; Sistema WebAmbiente: apoio ao PRA; Monitoramento de trabalhos de recomposição.

O Módulo 2 que será ministrado no segundo dia do curso, 29 de novembro, foi dividido em tópicos, sendo eles: Planejamento da coleta de frutos; Manejo dos frutos; Beneficiamento de sementes; Armazenamento de sementes; Germinação de sementes de espécies arbóreas: sementes, substratos e viveiros, propagação sexuada; Adubação na produção de mudas; Perspectivas de restauração ecológica para o Cerrado e Pantanal.

O curso é uma realização da Embrapa Pantanal e tem apoio da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), por intermédio do Imasul.

Texto: Aline Lira/Fotos: Néia Maceno – Assessoria de Comunicação da Agraer

 

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