O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) realiza monitoramento na bacia do Rio Ivinhema, com foco mais específico no Rio Dourados, um de seus afluentes mais importantes. Como parte das ações planejadas para 2024, está prevista na bacia do Rio Paraná a instalação de estações telemétricas, permitindo um acompanhamento mais preciso e em tempo real das condições hídricas da região.
Atualmente, o nível do Rio Dourados está em 84 centímetros, muito abaixo da média histórica de 1,84 metros para o mês de junho. Este nível reduzido é um claro indicativo da estiagem severa que a bacia está enfrentando.
O Imasul, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), está empenhado em entender melhor as causas das secas frequentes nos últimos anos, especialmente no contexto das mudanças climáticas. O monitoramento contínuo é essencial para compreender as consequências dessas mudanças e para a tomada de decisões mais informadas e eficazes.
Na região, o Governo do Estado, através do Imasul, está envolvido em diversos projetos de recuperação ambiental, incluindo iniciativas para mitigar efeitos negativos e promover a restauração dos rios, com o apoio de diversos setores e parceiros. Um dos projetos é o Prosolo, que compreende o desenvolvimento de atividades de contenção de processos erosivos, como terraceamento, adequação de estradas vicinais e restauração da vegetação nativa, visando conservar rios e nascentes.
Além disso, na bacia do Rio Paraguai, a Semadesc firmou um Termo de Colaboração com o Instituto Taquari Vivo, uma organização da sociedade civil, para gerir a Patrulha Ambiental e executar ações de conservação do solo e da água na região das bacias dos rios Salobra, Betione, Formoso e da Prata, abrangendo parte dos municípios de Bonito, Jardim, Bodoquena e Miranda.
Leonardo Sampaio, Gerente de Recursos Hídricos do Imasul, comentou: “A estiagem que observamos no Rio Dourados é um indicativo da situação na bacia do Ivinhema. Essa não é uma seca localizada; trata-se de um fenômeno mais amplo que está impactando várias bacias hidrográficas. Estados como Goiás, São Paulo e outros estados do Norte do Brasil também estão enfrentando dificuldades semelhantes devido à falta de chuva.”
A Barragem de Porto Primavera, localizada no Rio Paraná, desempenha um papel significativo na geração de energia elétrica a partir dos recursos hídricos, sob supervisão da Agência Nacional de Águas (ANA). Nos meses que antecedem a estiagem, a usina, em conjunto com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), tem mantido níveis de água elevados no reservatório a montante para assegurar água para a geração de energia elétrica.
Essa retenção de água a montante impacta diretamente a vazão do Rio Paraná a jusante. No entanto, até o momento, o Imasul não identificou impactos significativos na vida aquática devido a esta operação.
Naquela região está localizado o Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, uma área de preservação ambiental que se estende por 73 mil hectares na região sul de Mato Grosso do Sul. Situado entre os rios Ivinhema e Paraná, o parque abrange partes dos municípios de Taquarussu, Jateí e Naviraí. Protege vegetações de Mata Atlântica, Cerrado e Várzea, com uma rica diversidade de fauna e flora.
O Imasul realiza um monitoramento constante na região por meio dos agentes do parque, garantindo que a fauna e flora locais não sejam prejudicadas. Essa observação contínua e gestão eficiente são essenciais para assegurar que as atividades na barragem de Porto Primavera e a variabilidade na vazão dos rios não impactem negativamente o ecossistema protegido do parque.
Para o diretor presidente do Imasul, André Borges, a atuação do Instituto é fundamental. “Nossa equipe de técnicos e agentes está sempre presente nas áreas hidrográficas de nosso estado monitorando. Com a coleta de dados de telemetria conseguimos ano a ano observar os períodos de cheia e de estiagem de nossos rios, o que proporciona melhor segurança na informação repassada para a população”.
Telemetria
A telemetria do rio permite a ação de coletar e transmitir dados remotamente para um sistema, utilizando recursos tecnológicos. Isso permite a medição, monitoramento ou controle de determinado equipamento. Essencialmente, a comunicação de dados é feita através de sinais de rádio ou satélite, permitindo que as informações sejam acessadas em tempo real. Isso gera eficiência e segurança operacional.
O contínuo esforço do Imasul em monitorar e implementar medidas na bacia do Rio Ivinhema reflete um compromisso sério com a sustentabilidade e a proteção ambiental do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. As iniciativas planejadas, como a instalação de estações telemétricas e os projetos de recuperação ambiental, são passos cruciais para enfrentar os desafios das secas frequentes e das mudanças climáticas.
Serviço
Para mais informações, o interessado pode acessar o portal eletrônico do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e clicar no link do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul – IMASUL. Contato pelo telefone: (67) 3318-6000. O Instituto está localizado na Rua Des. Leão Neto do Carmo, 06.
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Texto: Gustavo Escobar