Campo Grande (MS) – O Estado de Mato Grosso do Sul está em 4º lugar no ranking que mostra a regeneração de áreas da Mata Atlântica no Brasil. O bioma foi regenerado em nove dos 17 estados brasileiros onde é encontrado. Os dados foram divulgados pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Conforme o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica – que monitora a distribuição espacial do bioma – o estado do Paraná foi o que apresentou mais áreas regeneradas no período avaliado, num total de 75.612 ha, seguido por Minas Gerais (59.850 ha), Santa Catarina (24.964 ha), São Paulo (23.021 ha) e Mato Grosso do Sul (19.117 ha).
De acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica, o estudo analisa principalmente a recuperação sobre formações florestais que se apresentam em estágio inicial de vegetação nativa, ou áreas utilizadas anteriormente para pastagem e que hoje estão em estágio avançado de regeneração. O monitoramento apontou que entre 1985 e 2015, 219.735 hectares – o equivalente a 2.197 quilômetros quadrados – de remanescentes florestais foram regenerados, tanto por causas naturais quanto induzidas por meio do plantio de mudas de árvores nativas.
Diretor-presidente em exercício do Imasul, Ricardo Senna/ Foto: Marycleide Vasques
Para o diretor-presidente em exercício do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Ricardo Senna, a tendência é que no Mato Grosso do Sul estas áreas de recuperação e restauração de mata nativa aumentem consideravelmente.
“Ficamos muito contentes em ver nosso estado listado nesse ranking. A conservação de áreas é uma das preocupações do governador Reinaldo Azambuja. Nesse sentido, nossas equipes do Imasul estão conduzindo Programas de Regularização Ambiental (PRA), entre eles o MS Mais Sustentável, previsto no Cadastro Ambiental Rural (CAR-MS), para imóveis com passivos ambientais em Área de Preservação Permanente e de Reserva Legal”, declarou.
Senna disse ainda que até o primeiro trimestre deste ano, o Imasul vai oferecer capacitação aos proprietários rurais, consultores, acadêmicos e demais interessados sobre métodos e técnicas para restauração da vegetação nativa, o que servirá de apoio à adequação ambiental de propriedades rurais no Mato Grosso do Sul, proporcionando assim uma produção agrícola e pecuária verdadeiramente sustentável.
Em Mato Grosso do Sul a Mata Atlântica é encontrada principalmente nas regiões Sul (com grande áreas utilizadas na agricultura e pecuária), Sudeste (região com menor índice de povoamento e desenvolvimento onde se encontra o Parque Nacional da Serra da Bodoquena) e em pequenas parcelas do Pantanal.
Redução no desmatamento
Parque Nacional da Serra da Bodoquena em MS/ Foto: divulgação
A SOS Mata Atlântica aponta que nos últimos 30 anos, houve uma redução de 83% do desmatamento do bioma, com sete dos 17 estados onde há Mata Atlântica já apresentando nível de desmatamento zero. A diretora-executiva da fundação, Marcia Hirota, destacou que o desafio agora é recuperar e restaurar as florestas nativas que foram perdidas. Ela assinala que embora o levantamento atual não registre as causas da regeneração, ou seja, se ocorreu de forma natural ou através de iniciativas de restauração florestal, o resultado é um bom indicativo de que estamos no caminho certo.
O pesquisador e coordenador técnico do estudo pelo INPE, Flávio Jorge Ponzoni, destacou que durante a avaliação de áreas replantadas pela Fundação SOS Mata Atlântica ao longo de anos, foram constatados outros locais onde está ocorrendo a regeneração. “Constatou-se a existência de outras áreas ocupadas por comunidades de porte florestal em diversos estágios de regeneração, áreas essas que devem ser mapeadas e divulgadas em futuros estudos”, finalizou.
Texto: Diana Gaúna – Subcom