Mato Grosso do Sul é o primeiro Estado do país a adotar e receber o software nacional de gerenciamento do Sistema de Logística Reversa de Embalagens em Geral, desenvolvido pela Abrampa (Associação Brasileira do Ministério Público do Meio Ambiente). A Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) firmaram na última semana Acordo de Cooperação Técnica com a Abrampa para cessão do código-fonte para uso do Governo do Estado.
“Mato Grosso do Sul já ocupa uma posição de referência em nível nacional com a implementação do sistema de logística reversa de embalagens em geral e com os resultados já obtidos. A adoção do sistema desenvolvido pela Abrampa nos coloca, novamente, em destaque, com um software, totalmente customizado para a nossa realidade e as nossas necessidades”, comenta o secretário Jaime Verruck, da Semadesc.
O diretor presidente do Imasul André Borges, lembra que o primeiro software gerenciador do sistema de logística reversa em Mato Grosso do Sul foi cedido pela FIESP (Federação das Indústrias de São Paulo). “Fizemos todo o processo para a migração do sistema informatizado que nos foi doado pela Abrampa e também será repassado a todos os estados interessados. Mato Grosso do Sul é o primeiro Estado a receber este novo sistema, que já traz as adequações inseridas pela nova legislação”.
Números atuais
O Sistema de Logística Reversa de Embalagens em Geral foi implantado no Estado em 2018 por meio de pacto institucional firmado entre o Governo do Estado (por meio da Semagro, atualmente Semadesc), o Imasul, em parceria com o TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado) e o Ministério Público Estadual. Já foram avaliados dois ciclos de cumprimento do sistema: 2019 e 2020.
Em 2019 foram cadastradas mais de 5,4 mil empresas fabricantes ou importadoras de produtos diversos – representadas pelas entidades gestoras – que comprovaram ter devolvido à indústria cerca de 24 mil toneladas de embalagens em geral que haviam sido colocadas no mercado interno.
Já no ciclo de 2020 o número de empresas cadastradas aumentou para 5,7 mil, enquanto o volume comprovado de embalagens retornadas através da logística reversa ficou em 23 mil toneladas, um pouco menor que no ciclo anterior. Cabe lembrar que nesse ano o País enfrentou a pandemia Covid-19, sofrendo impacto significativo em toda a economia.
Portanto, em apenas dois ciclos (2019 e 2020), mais de 47 mil toneladas de embalagens em geral retornaram à indústria para serem reaproveitadas, impedindo que todo esse volume fosse depositado nos aterros sanitários. Para se ter uma ideia da dimensão desse número, basta lembrar que um caminhão de carga eixo duplo comporta cerca de 12 toneladas de resíduos prensados. Isso significa que, para transportar todo o volume de embalagens movimentado pela Logística Reversa no Estado nesses dois anos, seriam necessários 4 mil caminhões.