Bonito (MS) – Toda população dos municípios localizados na Bacia Hidrográfica do Rio Paraguai (que abrange metade do território de Mato Grosso do Sul) pode participar, entre os dias 21 e 24 de novembro, das Oficinas Regionais e das Reuniões Públicas para conhecer a proposta e fazer sugestões ao Plano de Recursos Hídricos da Região Hidrográfica do Paraguai (PRH Paraguai). Ontem (21) a Reunião Pública e a Oficina Regional aconteceu em Coxim, hoje (22) está sendo realizada em Bonito e amanhã (23) e sexta-feira (24) será em Corumbá: sendo a reunião em um dia e a oficina no outro.
Essas oficinas e as reuniões são mais um passo para elaboração do Plano de Recursos Hídricos da Região Hidrográfica do Paraguai (PRH Paraguai), construção conjunta entre o Ministério do Meio Ambiente e os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. A intenção é tirar desses encontros um plano de ações, ou seja, uma proposta de programas e intervenções necessárias para superar os desafios existentes na Bacia do Rio Paraguai.
Para tanto, a participação popular é de suma importância. “É fundamental a participação das entidades e da sociedade nas oficinas do Plano de Recursos Hídricos do Paraguai. Elas são um instrumento importante que vão auxiliar na definição de ações para o Taquari”, argumentou o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, que também preside o Conselho Estadual de Controle Ambiental (CECA).
O Plano
O estudo inicial para elaboração do Plano de Recursos Hídricos começou pela caracterização da Bacia do Rio Paraguai, na parte existente em território brasileiro. Abrange metade de Mato Grosso do Sul e o Sul de Mato Grosso, totalizando 362 mil quilômetros quadrados. O Rio Paraguai é o principal curso d’água, mas a região é rica em recursos hídricos por abrigar a planície pantaneira.
Um resumo do estudo foi apresentado pela primeira vez durante a reunião do CERH/MS (Conselho Estadual de Recursos Hídricos de MS) realizada dia 13 de julho, no auditório do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). O estudo identifica os problemas já detectados, como desmatamento em pontos que provocam o assoreamento de rios, mas conclui que as águas estão em quantidade e qualidade adequadas, com problemas isolados.
O segundo passo foi levantar a disponibilidade e a demanda hídrica e elaborar o balanço do ponto de vista de qualidade e quantidade. A percepção foi que “o balanço hídrico integrado da RH-Pantanal se acha confortável, com saldo disponível tanto de águas superficiais quanto de águas subterrâneas em todos os cenários”. O estudo apontou, entretanto, pressões que os recursos naturais vêm sofrendo, tanto pelas cidades sem o tratamento adequado de esgoto quanto pelo setor agropecuário.
Com base no diagnóstico feito foram apresentados três possíveis cenários para a Bacia do Rio Paraguai. No primeiro cenário a situação se mantém como está. “No Cenário Tendencial o futuro espelha o passado, no ritmo das tendências já observadas que serão, então, continuadas”. No Cenário Acelerado, as tendências são rompidas por forte desenvolvimento socioeconômicos com novos arranjos produtivos locais, com ênfase na retomada do mercado interno. E no Cenário Moderado as tendências atuais também são rompidas, pela continuidade de um crescimento socioeconômico moderado voltado ao mercado externo.