Campo Grande (MS) – Sob coordenação da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), através de seus órgãos vinculados Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), e com apoio de vários parceiros, teve início na sexta-feira (15) um amplo projeto de conservação do solo e da água na Bacia do Alto Taquari. Essa bacia apresenta em dois terços de seu território, risco alto ou muito alto de desenvolver processos erosivos, conforme levantamento prévio feito com base nos dados informados pelos proprietários no CAR (Cadastro Ambiental Rural).
O tema foi apresentado em reunião na Câmara de Vereadores ao prefeito de Coxim, Edilson Magro; presidente da Câmara, William Mendes da Rocha Meira, e outros cinco vereadores, representantes da Famasul/Senar, do Consórcio Intermunicipal da Bacia do Taquari (Cointa), entre outros convidados. Estavam presentes: o superintendente de Ciência & Tecnologia, Produção e Agricultura Familiar da Semagro, Rogério Beretta; o diretor-presidente do Imasul, André Borges; o diretor-executivo da Agraer, Fernando Nascimento; além dos coordenadores regional e local da Agraer, Ivan Macena e Oscar Camy, e do fiscal ambiental do Imasul Rômulo Oliveira Louzada, que integra a equipe de desenvolvimento do projeto.
“A ideia é tentar passar para vereadores, prefeito, lideranças locais, o projeto que estamos desenvolvendo de conservação de água e solo na bacia do Alto Taquari, que objetiva a contenção de sedimentos e melhoria na oferta de água em geral. Para isso, é preciso adesão dos proprietários. Desse modo, o projeto foi apresentado primeiro para as lideranças políticas, que ajudarão no convencimento desses proprietários para que façam adesão”, explicou André Borges.
A Bacia do Taquari compreende os municípios de Pedro Gomes, Camapuã, Alcinópolis, Figueirão, São Gabriel do Oeste, Rio Verde, Coxim e Costa Rica, em Mato Grosso do Sul, além dos municípios de Alto Araguaia e Alto Taquari, no Mato Grosso. São mais de 270 mil hectares em que 41% do total apresentam risco alto e 25% muito alto de apresentar processos erosivos.
Piloto
O trabalho na Bacia vai começar por uma área de 5.375 hectares localizadas na microbacia do Córrego da Pontinha, em Coxim. Ali, conforme explicou o diretor-executivo da Agraer, Fernando Nascimento, o principal problema detectado é a redução da oferta de água. Para reverter a situação, estão sendo sugeridas intervenções de melhorias nas vias de acesso (construção de bigodes, caixas de contenção e desvios da enxurrada), terraceamentos, isolamento de nascentes e áreas de proteção ambiental e outras ações visando a conservação do solo e o aumento da infiltração de água sem o risco de ocorrer processos erosivos, explicou Rômullo Louzada.
No dia 5 de novembro acontecerá nova reunião, dessa vez com os proprietários rurais da microbacia, para que conheçam o projeto e façam adesão. “A maior parte das intervenções serão feitas pela Semagro e parceiros, como Prefeitura, Agraer, Imasul. Os proprietários vão colaborar mais com a retirada de cercas e outras iniciativas localizadas”, disse Nascimento.
A microbacia tem 107 proprietários, sendo 90 de pequenas chácaras. A pecuária de corte e leiteira é a principal atividade, mas também há plantio de hortaliças. O projeto de conservação do solo e da água visa, além da regeneração ambiental, melhorar a produtividade das propriedades e garantir mais renda aos proprietários, observa o diretor-executivo da Agraer.
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