Jateí (MS) – O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de MS), órgão vinculado a Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Turismo), realizou uma visita técnica no Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema na quinta-feira (26) a fim de mostrar para autoridades regionais o potencial turístico da Unidade de Conservação.
O parque de 73 mil hectares está localizado na região sul de Mato Grosso do Sul e tem 105 km banhados pelo rio Ivinhema. A reserva também faz divisa com o Paraná, através do rio Paraná com 80 km de extensão.
Com grande potencial para o ecoturismo, o parque criado há 20 anos busca parceiros para iniciar o recebimento de visitantes. O Imasul está revisando o Plano de Manejo do Parque e, para isso, lançou edital recentemente com foco no uso público. A revisão está sendo feita pela Ong Neotropica e a UFGD (Universidade da Grande Dourados), que têm 270 dias pars entregar o documento.
A equipe formada por técnicos do Imasul, da Fundação de Turismo, dos municípios próximos (Jateí, Taquarussu e Naviraí) e do Comafen (Consórcio Intermunicipal da Apa Federal do Noroeste do Paraná), percorreu 85 km pelos rios do Parque, o Ivinhema, o Paraná e o canal do Ipoitã.
Para o diretor presidente do Imasul, Ricardo Eboli, abrir as portas do parque para o público é uma ação necessária e social. “Temos aqui um grande potencial turístico, em local acessível e relativamente perto da cidade. A população merece ter acesso a esse lugar, que é perto e com uma beleza natural indescritível”.
São várias as opções para iniciar o turismo no parque, porém em todas deve ser considerado a questão logística. Em primeiro momento, atender a demanda do Paraná parece o mais viável, visto que o Estado fica a poucos quilômetros da unidade de conservação, na travessia pelo rio e já desenvolve um trabalho solidificado de ecoturismo.
Para avaliar as possibilidades e fortalecer os laços com os municípios sul-mato-grossenses, a coordenadora geral do Comafen (Consórcio dos municípios do Paraná), Anaclara Ramazotti de Camargo, participou do passeio. “Nós já temos um planejamento de Turismo e viemos a convite do Imasul para aplicar esse estudo aqui. Via barco, estamos muito perto do Mato Grosso do Sul e temos a intenção de viabilizar o uso com cooperativas, fomentando a economia local e gerando emprego com a utilização do parque de forma responsável”.
Em Mato Grosso do Sul, os representantes dos três municípios que formam o parque, também estão otimistas com o uso turístico do bem natural. Em uma das entradas, por Taquarussu, os turistas chegariam pelo rio Ivinhema, para atividades que envolvem a navegação e a flutuação pelos rios, esporte de aventura, ecoturismo, além dos hotéis fazendas nas cidades próximas.
Prefeito de Taquarussu, Roberto Tavares Almeida, destacou que o potencial é grande, mas é preciso empenho e divulgação para que o parque passe a ser turístico. “Essa ação é o primeiro passo efetivo para iniciar o turismo aqui”. O prefeito de Jateí, Eraldo Jorge Leite, corrobora com a informação e afirma que os municípios estão dispostos a atuar de forma efetiva para o novo passo, principalmente com o desenvolvimento da infraestrutura local para receber visitantes.
Criado em dezembro de 1998, o Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema é fruto de compensação ambiental paga ao Governo de Mato Grosso do Sul pela Cesp (Companhia Energética de São Paulo), pela construção da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta no rio Paraná. O Governo do Estado transformou a área de preservação em parque há 20 anos, para garantir a preservação ambiental do último trecho do rio sem barragens.
Os mais de 70 mil hectares de áreas englobam trecho de Mata Atlântica, Cerrado e Várzea, com vasta fauna e flora. O objetivo do Parque é proteger a biodiversidade existente, mas promovendo a preservação, a pesquisa e o turismo na região. Hoje, cinco funcionários fazem a manutenção do local, sendo um efetivo do Imasul e quatro terceirizados.
O parque conta ainda com um Conselho Construtivo, que apoia a gestão da unidade ambiental. Formado por representantes da sociedade, como universidades, órgãos ambientais, ongs, moradores e prefeituras, o conselho se reúne a cada três meses no local.
Priscilla Peres – Ascom Semagro