Campo Grande (MS) – Iniciativa coordenada pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), através de seus órgãos vinculados Imasul e Agraer, o Projeto Capacitação para o Desenvolvimento Sustentável na Bacia Hidrográfica do Rio Taquari – ou apenas Projeto Taquari – está na terceira de quatro fases e já acumula resultados animadores. A ação ataca as causas do assoreamento que há décadas sacrifica o leito do Taquari, entulhado por toneladas de sedimentos que se arrastam por quilômetros, desde sua cabeceira, até a planície pantaneira onde o rio deságua no Paraguai.
A primeira fase começou em 2017 com o envolvimento de órgãos públicos e privados dos 11 municípios cortados pelo rio Taquari: Alcinópolis, Camapuã, Costa Rica, Figueirão, Pedro Gomes, São Gabriel do Oeste, Sonora, Coxim, Rio Verde de Mato Grosso, Corumbá e Ladário. As prefeituras foram procuradas, assim como sindicatos rurais, de trabalhadores, polos universitários e veículos de comunicação. Técnicos do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) explicaram o projeto e pediram o engajamento de todos na execução das ações previstas nas fases seguintes. Nesse primeiro esforço foram distribuídas 600 apostilas, contatadas 68 entidades e 127 pessoas participaram de cursos de capacitação.
Feita a mobilização, as ações da Meta 2 são mais específicas e mexem diretamente com as causas do problema. Desde maio deste ano estão sendo realizados os “Cursos para Recuperação de Áreas Degradadas”, que visam capacitar proprietários rurais para realizar ações de recuperação do solo com enfoque no manejo integrado de microbacias. Cada curso tem 20 vagas e conta com ministrantes da Agraer e do Imasul. As vagas serão destinadas prioritariamente aos proprietários rurais, porém demais interessados poderão assistir como ouvintes, conforme disponibilidade e infraestrutura local.
Os cursos já aconteceram em Coxim, Pedro Gomes, Alcinópolis e Camapuã, e ainda em agosto, nos dias 17, 24 e 31, serão realizados em São Gabriel do Oeste, Figueirão e Rio Verde. Já foram capacitadas 103 pessoas e pelo menos mais 80 serão treinadas até o final dessa Meta. A participação nos cursos é gratuita. Os locais de realização e outras informações pertinentes estão divulgados no site do Imasul, onde também é possível fazer o download do material didático.
Ainda vinculada a essa Meta, a Agraer vem desenvolvendo um importante trabalho de recomposição da mata ciliar, recuperação de áreas degradadas e implantação de 172 quilômetros de cercas para proteger as nascentes e encostas do rio. Em 27 pontos de erosão foram executadas ações emergenciais de cascalhamento, compactação, recomposição das matas para impedir o surgimento de voçorocas. Em áreas mais inclinadas – que perfazem 8,6 mil hectares – foram executados serviços de terraceamento, técnica que permite mesclar cultivo e controle da erosão hídrica.
Paralelamente à execução das ações da Meta 2, já começaram os trabalhos relativos à Meta 3. O primeiro passo foi o Curso “Coleta de Sementes e Produção de Mudas para Viveiros”, com carga horária de 24 horas/aula, no período de 24 a 26 de outubro de 2017, no Viveiro de Mudas Florestais de São Gabriel do Oeste, com apoio da Prefeitura Municipal. O curso foi ofertado aos gestores municipais de Alcinópolis, Camapuã, Costa Rica, Coxim, Figueirão, Pedro Gomes, Rio Verde de Mato Grosso, São Gabriel do Oeste e Sonora e contou com 24 participantes.
A quarta e última fase do Projeto Taquari compreende a realização de dois seminários técnicos com o tema “Recuperação de áreas degradadas com enfoque no manejo integrado da Sub-bacia Hidrográfica do Rio Taquari”, cujo objetivo é promover o intercâmbio de informações e experiências de recuperação de áreas degradadas e manejo integrado de microbacias como forma de fomentar a continuidade do processo de recuperação da Sub-bacia Hidrográfica do Rio Taquari. Os seminários estão programados para acontecer no dia 26 de novembro em Corumbá e no dia 30 do mesmo mês em Coxim.