O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) iniciou o desassoreamento do lago de contenção no Parque das Nações Indígenas (PNI), em Campo Grande. Esta intervenção é crucial para preservar o lago de contenção, que desempenha um papel vital ao barrar sedimentos que poderiam prejudicar a qualidade da água e o ecossistema do lago principal.
O desassoreamento envolve a remoção de areia, lodo e outros sedimentos que se acumulam ao longo do tempo, transportados por correntezas e fenômenos naturais. Para a execução desta tarefa, serão utilizadas escavadeiras hidráulicas. O objetivo é manter a capacidade do lago de conter esses materiais, prevenindo o assoreamento dos corpos d’água maiores do parque. O Imasul investe cerca de R$ 611 mil nos serviços, recursos de compensação ambiental.
A empresa contratada pelo Imasul estima que aproximadamente 14 mil metros cúbicos de areia serão retirados da área de contenção, o que demandará cerca de 1.400 viagens de caminhões, cada um com capacidade para 10 metros cúbicos. Os trabalhos serão realizados sem a necessidade de interdição do Parque; o público poderá continuar utilizando o local normalmente, apenas observando a sinalização devido ao trânsito de caminhões.
No momento, a empresa está utilizando uma draga com capacidade de remover entre 500 e 600 metros cúbicos de sedimentos por dia. No entanto, devido à presença de pedras e outros materiais nas bacias de contenção, a eficiência da draga foi reduzida para apenas 100 metros cúbicos diários. Para contornar essa limitação, uma nova draga será introduzida, com capacidade para retirar entre 600 e 800 metros cúbicos por dia, mesmo em condições de solo mais complexas, conforme explica Lucas Ferreira Faria, engenheiro responsável pela obra.
Lucas destacou que a análise inicial do solo foi superficial, mas, à medida que o trabalho avançou, foram encontrados obstáculos como pedras e sujeiras trazidas pelas chuvas, reforçando a necessidade de equipamentos adequados para garantir a eficiência da dragagem. A previsão será em torno de 90 dias para conclusão final do trabalho.
André Borges, diretor presidente do Imasul, destaca a importância da ação no PNI. “O Parque é considerado um cartão postal para a cidade de Campo Grande. É uma área verde muito valorizada pela população campo-grandense e merece muita atenção. Ali também possui grande biodiversidade. A manutenção ajuda a manter equilibrado o sistema e também a contemplação dos visitantes”.
Os sedimentos retirados serão transportados para um areeiro homologado, que possui todas as licenças necessárias para o descarte seguro. Segundo o engenheiro, caso não surjam novos entraves, o processo deve ser concluído em até dois meses.
Esta não é a primeira vez que o desassoreamento é realizado na área. A última grande intervenção ocorreu em 11 de junho de 2019, quando o Governo do Estado também removeu sedimentos do local. A retirada de areia é especialmente importante para reduzir alagamentos na região durante os períodos de chuva.
Trata-se de manutenção de rotina, conforme explicou o presidente do Imasul, André Borges. “Essa é a função do lago: conter os sedimentos para evitar o assoreamento do lago principal. Esperamos o período seco para executar o serviço e também o término da construção da bacia de contenção nas nascentes do córrego Reveilleau, no final da Mato Grosso, que é de onde vinha muita areia dessa parte alta da cidade”, salientou.
Além de sua importância ambiental, o desassoreamento do lago proporciona maior tranquilidade e conforto aos frequentadores do Parque das Nações Indígenas, um dos principais cartões-postais de Campo Grande. Com 116 hectares de área de lazer, o parque é um dos destinos mais visitados da cidade, atraindo cerca de 2 mil pessoas nos dias úteis e até 6 mil nos finais de semana.
O parque, além de ser um espaço de lazer, é um verdadeiro santuário urbano dedicado à preservação da fauna local. Diversas espécies de insetos, pássaros, roedores e até grandes mamíferos encontram refúgio seguro.
O Parque das Nações Indígenas também presta uma homenagem viva às culturas indígenas, oferecendo um oásis de paz no coração da capital sul-mato-grossense. O parque está aberto ao público diariamente, das 6h às 21h30, com horário estendido até às 22h em dias de shows e eventos especiais. Para mais informações e atualizações, siga o Imasul nas redes sociais: facebook.com/meioambientems.
Texto e foto: Gustavo Escobar, Imasul